Infertilidade Conjugal

O que é infertilidade conjugal?

A infertilidade é definida como a incapacidade do casal em obter uma gestação tendo relações sexuais regulares e sem uso de métodos contraceptivos por 1 ano (mulheres < 35 anos) ou 6 meses (mulheres > 35 anos). Sem dúvida, o problema é mais comum do que se imagina. Nos EUA, por exemplo, 15% de todos os casais não conseguem ter filhos sem ajuda.

Veja também:

• Síndrome dos ovários policísticos
• Rejuvenescimento Íntimo

De quem é a causa da infertilidade?

A dificuldade de ter filhos é de causa exclusivamente feminina em 38% dos casos, mas especialmente masculina em 20% das vezes. Fatores mistos (masculinos e femininos) ocorrem 27% dos casos. Portanto, a mulher e o homem contribuem, de modo muito parecido, para a infertilidade. Dessa forma, não se deve atribuir a “culpa” da não gravidez a nenhum dos integrantes do casal. Afinal, este problema deve ser enfrentado igualmente e ambos devem ser investigados, de preferência simultaneamente.

Qual é a probabilidade normal de engravidar?

As probabilidades mais comuns dos casais engravidarem se mantiverem relações sexuais regulares e desprotegidas são de:

• 25% nos primeiros 9 meses;
• 65% em 6 meses;
• 85% em 1 ano;
• 15% dos casais não conseguem engravidar após 1 ano e deverão procurar ajuda médica.

Quais casais devem procurar um especialista em infertilidade?

Casais que apresentem as seguintes características devem procurar um especialista em infertilidade para, enfim, aumentar as chances de obter a gestação:

• Mulheres com mais de 40 anos de idade;
• Mulheres com ciclos menstruais muito irregulares;
• Mulheres com endometriose profunda;
• Mulheres com doenças ou então cirurgias prévias nas tubas uterinas;
• Homens ou Mulheres submetidos previamente a quimioterapia ou radioterapia;
• Homens com testículo único ou cirurgias testiculares prévias;
• Homens com sequelas de caxumba no testículos;
• Homens com disfunção erétil (impotência).

Avaliação da infertilidade

• História Clínica do Casal: na consulta será feita uma minuciosa entrevista com o casal, a procura de sinais ou antecedentes que possam explicar a dificuldade em engravidar. Assim, uma simples história bem pesquisada pode garantir informações muito importantes para solucionar as causas;
• Exame Físico: o exame físico completo do casal, incluindo exame ginecológico e urológico, é imprescindível;
• Exames Hormonais: para a pesquisa de causas femininas de infertilidade, todos os hormônios envolvidos no ciclo menstrual feminino são solicitados nos exames de rotina. Entretanto, para os homens, hormônios são solicitados apenas se alterações no espermograma;
• Sorologias do Casal: além disso, será solicitado ao casal exames de sorologias para DSTs e doenças virais. São importantes, de fato, não só para pesquisar as causas de infertilidade, mas também são obrigatórios caso seja necessário realizar técnicas de reprodução assistida (fertilização in vitro, por exemplo);
• Espermograma: Todos os homens de casais inférteis devem realizar o exame do espermograma, pois é o principal meio de investigar as causas masculinas de dificuldade de engravidar. São necessárias 2 amostras com 1 semana de intervalo entre elas;
• Exames Genéticos: Todas as mulheres com queixa de infertilidade deverão ser investigadas geneticamente por meio de cariótipo. Para homens com graves alterações no espermograma, podem ser solicitados o cariótipo e a pesquisa de microdeleções no cromossomo Y;
• Exames Complementares: Outros exames podem ser necessários a depender do caso, como histerossalpingografia para mulheres com suspeita de doenças das tubas uterinas, ultrassom ou ressonância de pelve, etc;
• Cirurgia Videolaparoscópica: Para mulheres com suspeita de endometriose, a cirurgia abdominal por videolaparoscopia exploradora é importante não só para confirmar o diagnóstico, mas também para um eventual tratamento, o que aumentariam as chances de gravidez.

Tratamento da infertilidade conjugal

Orientações Gerais para Infertilidade

Todos os casais que desejam aumentar as chances de engravidar devem, primordialmente, seguir estas orientações:

• Cessar o tabagismo (hábito de fumar);
• Reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e de cafeína;
• Praticar exercícios físicos;
• Emagrecer e ter uma dieta saudável;
• Ter uma frequência sexual de 2 a 3 relações por semana (a cada 1 ou 2 dias).

Terapia Farmacológica

A infertilidade pode ser tratada por meio do uso de certos medicamentos, de acordo com as causas, a fim de aumentar as chances de ovulação e fertilização:

• Citrato de Clomifeno;
• Metformina e outras antiglicemiantes orais;
• Inibidores da aromatase;
• Terapia com gonadotrofinas (moduladores do ciclo hormonal feminino).

Inseminação Intrauterina

A inseminação intrauterina é um método de baixa complexidade para aumentar as chances de gravidez em casos de infertilidade conjugal. Nesse sentido, o sêmen processado do homem é inserido diretamente na cavidade uterina da mulher logo após a indução da ovulação. Desse modo, aumenta as chances de fertilização.

Os pré-requisitos para a realização desta técnica são ciclos com ovulação, pelo menos uma tuba uterina patente (aberta), espermograma masculino normal e ausência de infecção pélvica ou uterina na mulher.

Fertilização In Vitro

A fertilização in vitro é a técnica para infertilidade em que os óvulos da mulher são fertilizados pelos espermatozoides do homem em laboratório. Dessa forma, uma vez gerados um ou mais embriões, estes são injetados dentro do útero na esperança que haja implantação e, por consequência, sucesso em atingir a gravidez.

As indicações de fertilização in vitro são tubas uterinas ausentes ou bloqueadas, esperma masculino com ausência ou mínima quantidade de espermatozoides, idade avançada da mulher, falha de outras formas de tratamento para infertilidade, doenças genéticas e falência ovariana (incapacidade do ovário em produzir hormônios ou ovular).

Cirurgias para Infertilidade

Algumas causas de infertilidade podem ser tratadas por meio de procedimentos cirúrgicos. São exemplos:

• Endometriose: Ressecção dos implantes de endometriose por videolaparoscopia ou robótica;
• Vasectomia: Reversão da vasectomia pelo urologista;
• Laqueadura Tubária: Reversão da laqueadura;
• Aderências pélvicas: Lise das aderências por videolaparoscopia.