Controle de Natalidade e Laqueadura

controle de natalidade

Como é feito o controle de natalidade?

 

Métodos contraceptivos são dispositivos, medicamentos, cirurgias ou comportamentos que visam impedir a gravidez (controle de natalidade). Isso acontece ao evitar que os espermatozoides encontrem e, em seguida, fertilizem os óvulos produzidos pela mulher. Existem mais de 15 diferentes métodos contraceptivos para o controle de natalidade, mas nenhum é 100% garantido.

 

Veja também:

 

Métodos Contraceptivos Comportamentais

 

Abstinência Sexual Periódica

 

Este método se baseia em evitar relações sexuais (abstinência sexual) durante o período fértil da mulher. Ou seja, o período próximo a ovulação. Nesse sentido, o racional é que em óvulo não há fertilização e sem fertilização não ocorre a gestação.

 

Logo após a ovulação, o óvulo pode ser fertilizado pelo espermatozoide por 24-48h. No entanto, o espermatozoide pode permanecer no trato genital feminino por até 7 dias depois da relação sexual. Dessa forma, os casais que desejam praticar a abstinência sexual periódica devem evitar relações sexuais no período de 4 dias antes e 3 dias após a ovulação (1 semana/mês no total).

 

Entretanto, como o sucesso desta técnica depende de uma certeza quase absoluta da data da ovulação, é muito alta a chance de falha e, por consequência, de gravidez indesejada.

 

Método da Tabela (Tabelinha)

 

Este método é utilizado para a mulher conhecer qual é seu período fértil. Por 6 meses, a mulher deverá anotar em um calendário as datas do início da menstruação e, então, calcular o período de duração de seus ciclos (tabelinha). Por meio da análise dessa tabela, mulheres com ciclos muito regulares podem, de fato, identificar a data provável de ovulação. Assim, através destes dados, o casal poderá evitar relações sexuais no período fértil feminino (abstinência sexual periódica). Novamente, como o sucesso desta técnica depende de uma certeza quase absoluta da data da ovulação, é muito alta a chance de falha e, por consequência, de gravidez indesejada.

 

Coito Interrompido

 

Esse método consiste na rápida retirada do pênis da vagina durante o orgasmo, evitando, portanto, que a ejaculação ocorra dentro do canal vaginal. Essa técnica possui grande chance de falha, já que as secreções produzidas pelo pênis antes mesmo da ejaculação possuem espermatozoides que podem provocar gestação. Em muitos casos, o homem pode não ter controle o suficiente da ejaculação para retirar seu pênis a tempo, gerando ansiedade e falha do método.

 

Métodos Contraceptivos de Barreira

 

São métodos que servem para bloquear a passagem dos espermatozoides ao útero e tubas uterinas. Desse modo, impede o encontro deles com os óvulos, o que poderia gerar um embrião.

 

Camisinha (Condom Masculino)

 

Atualmente é um dos métodos mais populares bem como acessíveis para o controle de natalidade (evitar a gravidez). Camisinhas são feitas de látex na maioria das vezes e não só previnem a gestação, como também as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) como, por exemplo, o HIV/AIDS. Por isso, no mercado brasileiro existem camisinhas de diversos tamanhos, espessuras, texturas e até mesmo sabores.

 

Diafragma

 

O diafragma é um dispositivo similar a uma “pequena cesta” contendo um anel flexível feito de látex ou então silicone. Assim, ele é inserido dentro do canal vaginal, cobrindo completamente o colo do útero. Eventualmente é aplicada uma solução espermicida sobre o diafragma para aumentar seu efeito contraceptivo. Além disso é mais efetivo do que a camisinha na prevenção da gestação. Logo após as relações sexuais, deve permanecer dentro da vagina por, no mínimo, 6 horas e, no máximo, 24 horas. Entretanto, como desvantagem, o uso do diafragma pode favorecer a ocorrência de infecções urinárias na mulher.

 

Espermicidas

 

Soluções espermicidas são uma outra forma de controle da natalidade, podendo ser encontrados em forma de cremes, tabletes, gel, entre outros. Estes agentes químicos “destroem” os espermatozoides. Por isso, os espermicidas precisam ser aplicados dentro da vagina no mínimo 10 a 15 minutos antes das relações sexuais para impedir a gravidez. Contudo, a taxa de proteção contra a gravidez é baixa. Portanto não se recomenda utilizar espermicidas como método único para controle de natalidade.

 

Métodos Contraceptivos Hormonais

 

Pílulas Anticoncepcionais (Contraceptivos orais)

 

As pílulas anticoncepcionais são, de fato, um modo muito popular para controle da natalidade. Isso porque, quando utilizadas corretamente, conseguem evitar a gestação em 99% das vezes. Os contraceptivos orais podem conter formas sintéticas de hormônios femininos (estrogênio ou progesterona), isolados ou então combinados. As “minipílulas” são contraceptivos orais contendo apenas progesterona.

 

São muitos os benefícios das pílulas anticoncepcionais como, por exemplo, a redução do risco de câncer de ovário e de endométrio. Assim como redução no risco de adquirir neoplasias benignas de mama. Além disso, os anticoncepcionais orais podem ser utilizados para reduzir o volume e duração da menstruação, bem como para regularizar ciclos menstruais irregulares.

 

Existem, contudo, efeitos colaterais conhecidos, embora raros. Os contraceptivos orais podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose venosa e cefaleia (dores de cabeça) recorrentes. Ainda assim, as novas pílulas anticoncepcionais disponíveis no mercado apresentam menor quantidade de hormônio, reduzindo estes riscos.

 

Injeções Contraceptivas (Anticoncepcionais Injetáveis)

 

Consiste na injeção de um derivado da progesterona, a cada 3 meses (trimestral), para evitar a gestação por meio do bloqueio da ovulação e da menstruação. Sem dúvida é um método muito prático de controle da natalidade, pois evita a necessidade de uso diário e regrado de medicação (pílulas anticoncepcionais). Enquanto isso, garante uma alta proteção contra a gravidez indesejada.

 

Como efeitos colaterais pode-se citar o descontrole da menstruação no início do tratamento (escape de menstruação). Além disso, pode haver um retorno mais lento da fertilidade quando deseja-se engravidar (pode levar 18-24 meses para poder engravidar). Outro efeito colateral muito indesejado pelas mulheres é o fato deste método provocar aumento progressivo do peso (mulher pode engordar).

 

Adesivo Anticoncepcional

 

Este adesivo, que deve ser colado na pele uma vez por semana durante 3 semanas por mês, contém hormônios sintéticos. Nesse sentido, impede a menstruação da mesma forma que as pílulas anticoncepcionais, com a vantagem de não ser necessário tomar um comprimido todos os dias na mesma hora. As vantagens e as desvantagens do método são as mesmas que os dos contraceptivos orais. Entretanto, a diferença é que o adesivo precisa ser mantido na pele seca (incomoda algumas mulheres por ser aparente).

 

Implante Subdérmico

 

Consiste no implante de um pequeno bastão, macio e flexível, debaixo da pele (subdérmico). Dessa forma, possibilita a liberação lenta, contínua e de longa duração de hormônio feminino sintético (progesterona). Assim, impede a ovulação e, por consequência, a gravidez indesejada. Este método é considerado o mais eficaz para o controle da natalidade, pois apresenta uma taxa de falha de apenas 0.05% ao ano. O implante deve ser retirado após 3 anos, mas pode ser realizado antes se for do desejo da paciente, com a ovulação retornando após 3-4 semanas. O efeito colateral mais comum é o sangramento vaginal irregular (escape), que pode ocorrer principalmente nos primeiros 6 a 12 meses do implante.

 

Dispositivos Intrauterinos (DIU)

 

O que é?

 

Os DIUs são dispositivos colocados por um médico ginecologista dentro da cavidade uterina da mulher através da vagina. A maioria são feitos de plástico e possuem um “fio” que pode ser sentido dentro da vagina. Esse método não aumenta o risco de infecção, gravidez ectópica ou de infertilidade. Além disso, podem ser removidos a qualquer momento e os efeitos anticoncepcionais são revertidos rapidamente.

 

Quais são os benefícios do DIU?

 

O DIU é o método ideal para controle de natalidade para mulheres que não desejam engravidar por ao menos 1 ano ou que desejam um método altamente eficaz de evitar a gravidez que não necessita de atenção diária (como as pílulas anticoncepcionais por exemplo). DIU também está indicado para mulheres que não podem ou não desejam fazer uso de estrogênio.

 

Existem Riscos no uso do DIU?

 

Existe um pequeno risco de que o DIU possa sair para fora do útero, especialmente durante o período menstrual. Idealmente a mulher deveria checar se consegue sentir o “fiozinho” do DIU dentro da vagina periodicamente 1x/mês, após o término da menstruação.

 

DIU de Cobre

 

O dispositivo intrauterino (DIU) de cobre previne a gestação impedindo que o espermatozoide alcance as tubas uterinas. O DIU de cobre pode durar por pelo menos 10 anos, é barato e altamente eficaz em prevenir a gravidez (> 99% no primeiro ano). Algumas mulheres em uso de DIU de cobre podem ter uma menstruação mais volumosa e duradoura.

 

DIU Hormonal (Levonorgestrel)

 

O DIU com progesterona previne a gravidez por aumentar a espessura do muco uterino e por tornar mais fino o endométrio (camada de tecido que reveste a cavidade uterina). Os DIUs hormonais também reduzem o sangramento e as cólicas menstruais. O DIU hormonal pode permanecer no útero por até 5 anos, podendo ser retirado a qualquer momento. Algumas mulheres podem ficar sem menstrual após o implante do DIU de progesterona, embora a menstruação retorne pouco tempo após sua retirada.

 

Laqueadura (esterilização feminina)

 

A laqueadura tubária é o procedimento cirúrgico em que as tubas uterinas (trompas) são ligadas (amarradas), cortadas e separadas. Esta cirurgia pode ser realizada por via aberta (pequeno corte na barriga), videolaparoscópica ou robótica.

 

A laqueadura tubária é uma forma segura e altamente eficaz de prevenir a gravidez permanentemente. A laqueadura tubária evita a gravidez por impedir o encontro dos espermatozoides com o óvulo, uma vez que o óvulo produzido no ovário atravessa as tubas para chegar ao útero.

 

No Brasil, por lei a laqueadura tubária, assim como a vasectomia, deve ser uma decisão do casal, sendo que o marido deve concordar com o procedimento e assinar um termo de consentimento. Além disso, é necessário que a mulher tenha mais de 25 anos de idade ou 2 ou mais filhos vivos. A cirurgia deve ser realizado com no mínimo 60 dias passados desde a primeira consulta médica em que a paciente manifestou desejo de submeter-se ao procedimento.

 

A reversão da laqueadura é um procedimento possível de ser realizado, mas com altas taxas de insucesso. A mulher, portanto deve ter consciência de que a laqueadura pode ser irreversível e ter muita segurança de sua vontade de realiza-la. 

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