Disfunção erétil (impotência)

impotencia

Popularmente conhecida como “impotência”, a disfunção erétil é definida como a incapacidade persistente do homem em obter ou então em manter uma ereção (rigidez peniana) suficiente para permitir a penetração ou um ato sexual satisfatório.

 

Epidemiologia

 

A impotência atinge homens de todas as idades, mas é mais frequente após os 40 anos de idade. Em um estudo internacional envolvendo diversos países (incluindo o Brasil), estimou-se que 16% dos homens sofrem de impotência. Nesse sentido, ocorre em 8% dos homens de 20 a 30 anos e em até 40% em homens de 70 a 75 anos de idade. No Brasil, 45% dos homens afirmam ter algum grau de impotência, enquanto 32% são de grau leve e 2% grave.

 

Veja também:

Fatores de risco para impotência

 

  • Diabetes (pior se for insulino-dependente ou de longa data);
  • Doenças cardíacas (aterosclerose, insuficiência cardíaca, angina, etc.);
  • Ansiedade ou depressão;
  • Hipertensão Arterial (pressão alta);
  • Tabagismo (Cigarro);
  • Uso de certos tipos de medicamentos;
  • Transtornos hormonais.

 

 

Causa de impotência

 

– Vascular (Obstrução arterial): Qualquer doença que provoque obstrução do fluxo sanguíneo no pênis pode causar impotência. As principais causas de má vascularização são tabagismo (cigarro), diabetes, pressão alta e envelhecimento. Por isso, um homem que sofre de impotência devido a obstrução vascular corre sério risco de ter doenças cardíacas no futuro (infarto, por exemplo). Dessa forma, deve ser submetido a uma avaliação cardiológica completa.

Neurológica: Impotência pode ser causada por lesões que afetam a inervação do pênis. Algumas doenças que provocam essas lesões são, por exemplo, AVC (derrame), diabetes, lesões medulares (espinha dorsal), demência, esclerose múltipla e cirurgias para o câncer de próstata (prostatectomias).

Drogas e Medicamentos: Muitas drogas e remédios podem causar impotência por afetar o sistema nervoso ou então por influenciar a produção ou a ação da testosterona. As drogas podem ser a maconha, álcool, heroína e metanona, por exemplo. Enquanto os medicamentos podem ser alguns anti-hipertensivos e diuréticos, antidepressivos e remédios para o HIV.

– Transtornos Hormonais: Baixa produção de testosterona (hipogonadismo), alta produção de prolactina bem como transtornos da tireoide. Levam, além disso, à redução de libido (desejo sexual).

Doenças Penianas: Qualquer transtorno que leve a alterações estruturais dos corpos cavernosos do pênis pode levar à impotência. Por exemplo, a doença de Peyronie (curvatura peniana patológica), fibrose peniana após priapismo (rigidez involuntária dolorosa) ou câncer de pênis.

– Transtornos Psicológicos: Depressão, ansiedade de performance (medo de não ter bom desempenho), estresse emocional, problemas no relacionamento ou no emprego e insatisfação com a vida podem causar impotência.

 

Diagnóstico

 

História Clínica: Investigação das causas da impotência por meio da conversa com o paciente. De fato é muito importante que as respostas sejam sinceras e completas. Algumas das perguntas incluem, por exemplo, o tempo de início dos sintomas, problemas pessoais ou de relacionamento e características da ereção.

– Exame Físico: Exame cuidadoso do pênis, escroto, testículos e próstata. Além disso serão examinados sinais de má vascularização.

– Exames de Sangue:  A dosagem de açúcar e de hormônios no sangue também poderá ser solicitada como, por exemplo testosterona, prolactina e hormônios tireoidianos. Todos os homens com disfunção sexual, sem dúvida, devem passar por uma avaliação hormonal.

– Teste Oral (domiciliar): O teste terapêutico com medicamentos para ereção (inibidores da fosfodiesterase-5) pode ser sugerido na primeira consulta para, assim, avaliar se há boa resposta (ereção). Dessa maneira, caso haja resposta positiva, significa que a vascularização e a inervação peniana estão preservadas.

– Teste da Ereção Farmacoinduzida: Consiste na injeção de substâncias vasodilatadoras diretamente no pênis por uma pequena agulha de insulina para conferir se ocorre ereção (rigidez peniana). Então, caso haja resposta positiva ao teste, significa que a vascularização do pênis está preservada.

Ultrassom Doppler Peniano: Seu objetivo é avaliar o fluxo de sangue no pênis. Assim, o exame pode ser realizado logo após a injeção de substâncias vasodilatadoras no pênis (teste da ereção fármaco induzida).

– Avaliação Psicológica/Psiquiátrica: Em pacientes com suspeita de transtornos psicológicos como, por exemplo, os pacientes jovens em que doenças penianas são mais raras, a avaliação psicológica pode ser útil antes de prosseguir com o tratamento.

 

 

Medidas gerais para impotência

 

O objetivo do tratamento é possibilitar ao paciente que consiga obter bem como manter uma ereção (rigidez peniana) satisfatória para possibilitar o ato sexual. De acordo com a causa da disfunção erétil (impotência), um ou mais destes tratamentos pode ser necessário:

 

Obesidade: Perda de peso e melhora dos hábitos de vida (exercícios físicos e dieta).

Drogas e Medicamentos: Interromper ou então substituir remédios que causem impotência pode ser necessário. Além disso, suspender o uso de cigarros ou drogas é muito importante.

– Controle de Doenças Crônicas: Regular adequadamente a pressão arterial (hipertensão), a glicemia (diabetes) bem como as doenças cardíacas ajudam no tratamento da impotência.

– Tratamento Psicológico: Inclui entrevistas, terapia de casal e educação sexual. Dessa forma, independentemente da causa da impotência, sempre haverá um componente psicológico envolvido.

 

 

Terapia medicamentosa

 

– Inibidores da Fosfodiesterase-5 (IPD-5): Correspondem a primeira linha de tratamento para a disfunção erétil (impotência), possuindo uma ação vasodilatadora. São exemplos a sildenafila (Viagra) e a tadalafila (Cialis). É necessário aguardar cerca de 30 minutos a 1 hora para fazerem efeito e a ereção (rigidez peniana) é obtida somente através do estímulo sexual (não é automática). Não é recomendado o uso de mais de 1 comprimido em 24 horas.

– Auto-Injeção Peniana: Consiste na injeção pelo próprio paciente de substâncias vasodilatadoras diretamente no pênis por uma pequena agulha de insulina, provocando uma ereção (rigidez peniana). Não é necessário estímulo sexual para ocorrer a ereção (é automática). Este método é utilizado quando os remédios por boca não fazem o efeito desejado ou sejam contraindicados por algum motivo. Os pacientes devem ser muito bem orientados pelo urologista sobre como realizar adequadamente as injeções.

– Reposição Hormonal: Em casos de distúrbios hormonais (baixos níveis de testosterona por exemplo), diferentes reposições ou tratamentos podem ser utilizadas. A reposição de testosterona não melhora a função sexual de homens com níveis normais do hormônio no sangue.

 

 

 

Implante de prótese peniana

 

Próteses penianas são dispositivos implantados no pênis para torna-lo rígido e permitir a penetração (ato sexual). Existem 2 tipos de próteses: A inflável (paciente infla antes das relações sexuais) e a maleável (fio de prata revestido por silicone). A decisão sobre o tipo de prótese depende das características de saúde do paciente, da experiência do cirurgião e do preço (custo elevado da prótese inflável).

 

Estão indicadas quando todas as outras terapias falharam. O índice de sucesso da cirurgia de implante de prótese peniana é muito alto para ambos os tipos de prótese (90%). A principal complicação é a infecção e extrusão das próteses.

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