Câncer de próstata

cancer de prostata

Também conhecido como neoplasia maligna, o câncer de próstata é a doença que acomete a glândula prostática. Trata-se do órgão localizado abaixo da bexiga e acima do reto, envolvendo a uretra. A função da próstata é, antes de mais nada, ajudar na produção dos fluidos seminais que ajudarão no transporte dos espermatozoides para fora do corpo durante a ejaculação.

 

Embora muitos homens sejam diagnosticados com a doença (tumor de maior incidência nesse público), a maioria deles não morrerá em decorrência dela. Isso porque o câncer geralmente cresce tão lentamente que muitos pacientes morrerão por outras causas antes de sentir qualquer sintoma.

 

Veja também:

Fatores de risco

 

  • Idade: todos os homens têm risco de desenvolver esse câncer, mas isso aumenta muito com a idade. Portanto, o câncer de próstata raramente ocorre em homens com menos de 50 anos;
  • Etnia: homens negros apresentam um maior risco de desenvolver a patologia quando comparado aos homens brancos e hispânicos. Além disso, aliado a este maior risco, nos negros a doença pode surgir mais cedo e ser mais agressiva;
  • Antecedente Familiar: pacientes com familiares de 1º grau (pai ou irmão) com câncer de próstata apresentam um maior risco de desenvolvê-lo. Homens com parentes do sexo feminino que tiveram câncer de mama relacionado ao gene BRCA também têm maior incidência da doença;
  • Alimentação: uma dieta rica em proteína e gordura animal, com baixo consumo de vegetais, é, sem dúvida, um fator de risco;
  • Tabagismo (Cigarro) e Etilismo (Álcool): homens fumantes têm mais chances de desenvolver o câncer e deste ser mais agressivo. Além disso, o consumo excessivo de álcool também é um fator importante.

Sintomas do câncer de próstata

 

  • A maioria dos pacientes são assintomáticos (sem sintomas). Por isso, 80% das neoplasias de próstata são diagnosticadas na biópsia de próstata por aumento no PSA;
  • Sintomas urinários (jato fraco, urgência miccional, gotejamento terminal, etc.) estão mais relacionados ao aumento benigno da próstata (hiperplasia prostática benigna) do que ao câncer de próstata;
  • Dores e fraturas nos ossos podem ocorrer em casos avançados, sobretudo quando o câncer de próstata já se disseminou pelo corpo. Nesse sentido, os ossos são os principais sítios de metástase do câncer de próstata;
  • Retenção Urinária (obstrução grave da saída de urina) ocorre apenas em casos avançados em que o tumor obstrui a saída da urina da bexiga.

Rastreamento do câncer de próstata (screening)

 

  • O que é rastreamento: consiste na realização de exames para diagnosticar o câncer de próstata em fases muito iniciais, antes mesmo de surgirem sintomas. Portanto, o objetivo é de aumentar as chances de cura no tratamento;
  • Como se faz o rastreamento:screening para o câncer de próstata é realizado por meio do exame de toque retal + dosagem do PSA (exame de sangue) 1 vez por ano;
  • Quem deve ser rastreado: de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), homens entre 50 anos e 75 anos de idade devem ser submetidos aos exames de rastreamento 1 vez por ano. No entanto, em casos de risco aumentado (pacientes negros, antecedente familiar, etc.), o rastreamento deve ser iniciado a partir dos 45 anos;
  • Confirmação do Câncer de Próstata: caso o exame de toque retal esteja alterado ou então se o valor do PSA estiver maior do que 4 ng/mL, o paciente deverá ser submetido a uma biópsia de próstata para confirmar o diagnóstico de câncer de próstata.

 

 

Vantagens do Rastreamento

 

  • Um grande estudo Europeu observou que homens submetidos ao rastreamento com PSA tiveram 20% menos chance de morte por câncer de próstata em 13 anos. Além disso, tiveram 30% menos risco de terem doença metastática (espalhada pelo corpo);
  • Para pacientes com câncer de próstata agressivo, as maiores chances de cura só ocorrem, de fato, quando se descobre na fase inicial da doença;
  • Os exames de rastreamento (PSA e toque retal) não são perfeitos. Entretanto são simples de realizar e têm bons resultados.

 

 

Desvantagens do Rastreamento

 

  • 75% dos homens com PSA alterado não terão câncer de próstata na biópsia;
  • Grande parte das neoplasias malignas de próstata não causariam morte ou piora na qualidade de vida do paciente. Por isso, fica a dúvida se deveriam mesmo ser tratados, já que os tratamentos podem levar a graves efeitos colaterais.

Diagnóstico do câncer de próstata

 

PSA (“Prostatic Specific Antigen“)

 

É uma glicoproteína presente no sangue, cujos valores aumentam em casos de câncer de próstata. Nesse sentido, valores acima de 4 ng/mL sugerem neoplasia maligna de próstata (25% de câncer). No entanto, algumas condições como, por exemplo, o aumento benigno da próstata e infecções (prostatite) também podem aumentar o valor do PSA (fator de confusão).

 

Toque Retal

 

Aumenta as chances de se diagnosticar o câncer de próstata quando realizado em conjunto com a coleta do PSA. O exame do toque é responsável pelo diagnóstico de 20% dos tumores de próstata. Isso porque a grande maioria dos cânceres de próstata estão localizados na região periférica da glândula (encostado no reto).

 

Biópsia de Próstata

 

É realizada por meio de ultrassom e, de fato, é o melhor método para confirmar a existência de um câncer na próstata. Consiste, portanto, na coleta de 12 fragmentos da próstata com uma agulha grossa, geralmente sob anestesia local. Sem dúvida é um procedimento seguro, desde que todos os cuidados sejam feitos para evitar a ocorrência de sangramento ou de infecção (pergunte ao seu urologista como).

 

Ressonância de Próstata

 

Possibilita a detecção bem como a localização do câncer de próstata, determinando se ele está restrito a próstata ou então localmente avançado. Ou seja, ultrapassando os limites da próstata, invadindo outros órgãos. Além disso, pode ser utilizada para guiar biópsias de próstata (exame de fusão) e em casos de biópsia negativa em que ainda persiste a dúvida se há câncer. No entanto, ainda não substitui a biópsia de próstata para o diagnóstico do câncer.

 

Cintilografia Óssea

 

Exame da medicina nuclear utilizado para investigar se o câncer de próstata se espalhou para os ossos (metástase). Solicitado em casos de suspeita de doença avançada.

 

PET com PSMA-68Ga

 

Recentemente disponível no Brasil, o PET com PSMA tem apresentado excelentes resultados para pesquisar metástases regionais (pelve) ou a distância do câncer de próstata. Indicada principalmente quando o PSA volta a subir mesmo epois do tratamento do câncer, para pesquisar recidiva tumoral.

Tratamento do câncer de próstata

 

Vigilância Ativa

 

Os homens que optam por esta opção não serão tratados imediatamente para o câncer de próstata. O objetivo é seguir regularmente o paciente e observar se o tumor cresce ou gera sintomas para, só daí tratar. Este método evita o tratamento desnecessário de neoplasias pouco agressivas que talvez nunca trariam um grande problema a saúde do paciente, evitando ou retardando assim os efeitos colaterais do tratamento.

 

Hormonioterapia

 

Baseia-se no uso de medicamentos (hormônios) que bloqueiam a ação da testosterona que, por sua vez, faz o câncer de próstata crescer, reduzindo assim o tamanho do tumor e impedindo que se espalhe mais. Pode ser utilizada isoladamente em casos de tumores de próstata avançados ou utilizados em conjunto com a radioterapia para melhorar seus resultados. Pode ser substituída pela orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos), reduzindo assim seu custo, com ótimos resultados.

 

Radioterapia

 

A radiação destrói as células do câncer. A radioterapia é geralmente aplicada por uma máquina em várias sessões, com ou sem combinação com hormonioterapia. É um método menos invasivo que a cirurgia, embora também possa provocar efeitos colaterais (perda de urina e impotência).

 

Tratamento Cirúrgico (Prostatectomia Radical)

 

Consiste na remoção cirúrgica da próstata contendo o tumor, portanto está mais indicada nos casos em que o câncer está restrito ao interior da próstata. Pode ser realizada por via aberta (incisão no abdome inferior), videolaparoscópica e por via robótica. Não há diferença nos resultados oncológicos e funcionais entre os diferentes métodos (todos curam igual e dão os mesmos efeitos colaterais). A vantagem dos métodos minimamente invasivos (videolaparoscopia e robótica) é um menor risco de sangramento e de transfusão sanguínea durante o procedimento, menor dor pós-operatória, menor tempo de internação hospitalar e um retorno mais rápido as atividades normais de vida. Alguns estudos recentes estão sugerindo que a cirurgia robótica resulta em menores riscos de perda de urina e de impotência (disfunção erétil). Sobretudo quando comparada a cirurgia aberta, mas esta afirmação ainda não foi confirmada.

 

Quimioterapia

 

É o nome dado ao conjunto de medicamentos utilizados para destruir as células tumorais e impedir que elas cresçam. Homens com câncer de próstata avançado podem precisar de quimioterapia nos casos em que a hormonioterapia já parou de funcionar para o controle do câncer.

Como decidir qual tratamento fazer?

 

Esta é uma decisão que o paciente deverá tomar em conjunto ao seu urologista. O tratamento ideal dependerá de vários fatores. Por exemplo, estágio do câncer (localizado ou avançado), idade do paciente e presença de outras doenças (cardiopatias, diabetes, hipertensão, etc.). Além disso, também considera-se a opinião do paciente quanto a cada tipo de tratamento.

 

Sempre perguntar sobre os riscos e benefícios de cada tratamento, assim como quais são as outras opções possíveis.

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