Cálculos Renais, também conhecidos como nefrolitíase ou “pedra nos rins”, são, de fato, o que parecem. Trata-se de pequenas pedras que se formam dentro dos rins. Ocorrem quando a concentração de certos sais encontrados normalmente na urina (cálcio, fosfato, oxalato, ácido úrico., etc.) aumenta. Desse modo, supera a sua capacidade de solubilização, provocando sua precipitação na forma de pequenos cristais, Assim, podem se acumular nos rins, crescer e formar os chamados cálculos renais.
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A nefrolitíase é uma das doenças mais comuns da urologia. Sua prevalência global tem aumentado nas últimas décadas, principalmente nos países desenvolvidos, variando de 2 a 20% conforme a região geográfica. No Brasil, estima-se que cerca de 5% da população apresente pedra nos rins. Embora antigamente a nefrolitíase fosse até 3 vezes mais comum nos homens, a incidência na população feminina vem crescendo nos últimos anos. Dessa forma, está, atualmente, muito similar entre os sexos. Além disso, os cálculos acometem, sobretudo, a população economicamente ativa (4a até a 6a década de vida). Por isso, gera um grande impacto econômico ao sistema de saúde, não apenas pelos gastos com seu tratamento, mas também pela perda da produtividade no trabalho. Nos Estados Unidos, por exemplo, o problema gera um prejuízo anual de até $5.3 bilhões de dólares.
Geralmente, o diagnóstico de pedra nos rins é realizado após a análise dos sintomas, do exame clínico bem como dos exames de imagem.
O tratamento de pedras no rins que está causando obstrução varia de acordo com o tamanho e da localização da pedra. Assim como da capacidade do paciente em ingerir líquidos.
Em alguns casos, o cálculo tem a possibilidade de ser eliminado espontaneamente, se o paciente estiver com a dor controlada e conseguindo comer e beber. Portanto é possível tratar as crises de pedras nos rins com medicamentos para dor (analgésicos e anti-inflamatórios) até o cálculo ser expelido na urina. Medicamentos para acelerar a expulsão do cálculos podem ser utilizados em casos selecionados. Apenas um médico pode indicar o tratamento em casa, por isso é muito importante passar em consulta antes (pronto-socorro ou consultório). Logo após eliminar a pedra, o paciente deve levá-la ao seu médico para analisar a sua composição (oxalato de cálcio, ácido úrico, etc.). Assim, irá ajudar a guiar o tratamento de prevenção de novas pedras nos rins.
Pedras nos rins maiores do que 9 a 10 mm, dificilmente conseguem ser eliminadas de forma espontânea. Dessa maneira será necessário realizar procedimentos para quebrar ou então retirar as pedras. Da mesma forma, alguns cálculos pequenos também podem não sair sozinhos. Nesse sentido, vários procedimentos podem ser realizados:
Procedimento em que uma pequena câmera é introduzida pela uretra. Então, passa pela bexiga e o ureter (canal que liga o rim a bexiga) até as pedras nos rins. Assim que for encontrado o cálculo é possível quebrá-lo em pequenos pedaços utilizando laser ou ultrassom, retirando depois todos os fragmentos residuais;
É um tratamento possível para pedras nos rins não tão duras, grandes ou numerosas. Sem dúvida, ela é especialmente eficiente quando os cálculos estão nos rins ou então no ureter alto. Nesta técnica utilizam-se ondas de choque aplicadas nas costas por um aparelho guiado por RX e ultrassom. Então, o cálculo é fragmentado e seus pequenos pedaços são eliminados espontaneamente na urina. Nenhum corte é necessário, mas, frequentemente, é preciso realizar uma sedação para evitar o incômodo das batidas. Além disso, mais de uma sessão pode ser necessária para o tratamento completo das pedras nos rins;
Técnica indicada para cálculos renais muito grandes ou complexos que, antigamente, eram tratados por meio de grandes cirurgias que, muitas vezes, levavam a perda do rim. Neste procedimento, uma câmera é introduzida diretamente dentro do rim por um pequeno corte nas costas (2 cm). Em seguida, as pedras são quebradas com uma vareta metálica, com laser ou então com ondas ultrassônicas. Assim, retira-se todos os fragmentos residuais. No Brasil, grande parte dos urologistas não está acostumado a realizar este procedimento. Portanto é importante escolher um profissional especialista em endourologia e cálculos renais. Dessa forma, obtém-se um melhor resultado final e com menor risco de efeitos colaterais;
Procedimento recomendado para pacientes com cálculos complexos, geralmente associados com estenoses de ureter (canal que liga o rim a bexiga) ou então com malformações dos rins e das vias urinárias. Estas técnicas substituíram as cirurgias abertas realizadas anteriormente, resultando em cicatrizes mais discretas e menores perdas sanguíneas. Além disso, proporciona menor risco de transfusão, alta hospitalar mais precoce e retorno mais rápido as atividades profissionais/cotidianas.
Se o paciente apresentar pedras nos rins sem qualquer sintomas é possível que, mesmo assim, seja necessário retirar as pedras. Esta decisão é baseada no tamanho, na localização bem como no crescimento dos cálculos. Entretanto, em casos de risco de crise de dor durante viagens ou trabalho de risco (piloto de avião, mergulhador, etc.) também pode ser aconselhado o tratamento dos cálculos renais.
Logo após ter uma crise de pedra nos rins, o paciente deve ser submetido a exames de sangue e de urina a fim de determinar se há alguma condição de saúde ou hábitos alimentares que podem estar relacionados ao desenvolvimento dos cálculos. Portanto, caso se consiga uma amostra da pedra, esta deve ser analisada com o intuito de indicar sua composição. Dessa forma, poderá auxiliar no tratamento preventivo. Você também pode ser aconselhado a analisar a urina de 24h (toda a urina produzida durante 1 dia), determinando com precisão a concentração dos diferentes sais na urina.
Baseado nos resultados dos exames, o paciente pode ser aconselhado a: