Incontinência urinária feminina (perda de urina)

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Incontinência urinária é o nome dado a qualquer perda involuntária de urina. Por isso é um transtorno embaraçoso que afeta milhões de mulheres pelo mundo. Apesar de ser mais comum em mulheres idosas, também pode afetar mulheres jovens, podendo acarretar em comprometimento social e psicológico. Dessa forma, traz desconforto, limita o convívio familiar e social e pode levar a perda da autoestima. A incontinência urinária (perda de urina) não é normal da idade e nem deve ser tratada como algo que o paciente deva conviver para o resto da vida. Existem vários tratamentos para melhorar ou eliminar o problema.

 

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Tipos de incontinência urinária

 

Incontinência Urinária de Esforço (50% dos casos): É a perda involuntária de urina (“escape”) que ocorre durante situações de aumento da pressão abdominal como, por exemplo, tosse, risos ou espirros. Decorre da “fraqueza” da musculatura e dos tecidos ao redor da uretra. É a forma mais frequente de incontinência urinária, ocorrendo, sobretudo, em pacientes obesas e com parto vaginal prévio;

– Incontinência Urinária de Urgência (20% dos casos): É a perda involuntária de urina acompanhada ou imediatamente precedida de um intenso desejo de urinar (necessidade de “correr para o banheiro”), também chamada de “Bexiga Hiperativa”. Além disso, decorre de transtornos neurológicos sensitivos ou então pela hiperatividade da musculatura da bexiga. Nesse sentido, a bexiga contrai “sozinha”, contra a vontade da paciente. Muitas pacientes com bexiga hiperativa também precisam ir mais vezes ao banheiro (maior frequência urinária) durante o dia e até mesmo a noite;

– Incontinência Urinária Mista (30% dos casos): É uma combinação da incontinência urinária de esforço e de urgência. Muitas vezes há um tipo de incontinência urinária é mais intenso do que o outro.

 

Diagnóstico

 

– Exame clínico: Consiste na consulta com o urologista, em que a paciente explica detalhadamente seus sintomas de incontinência urinária. Muitas vezes é um assunto considerado “tabu” por muitos pacientes. Por isso é importante caracterizar bem as perdas urinárias (quando e quanto de urina vaza). Assim como detalhar os possíveis tratamentos prévios para a doença;

– Diário Miccional: Consiste na anotação, pelo próprio paciente, do horário e do volume de cada micção da paciente em um período de 24 horas. Dessa forma, o paciente deve anotar também o volume de líquidos ingeridos, a ocorrência de perdas de urina bem como as atividades que motivaram as perdas (esforços, urgência urinária, etc.). O diário é, sem dúvida, muito importante para o urologista entender melhor o padrão urinário do indivíduo. Portanto, será utilizado como referência para o seguimento após o tratamento;

– Exames de Urina: Exames de urina tipo I e urocultura deverão ser colhidos para pesquisar infecção e sangue na urina das pacientes;

– Ultrassom: Exame rápido e simples capaz de detectar doenças da bexiga que poderiam justificar os sintomas. Além disso serve para determinar se a bexiga é capaz de esvaziar completamente logo após a micção (aferição do resíduo pós-miccional);

– Estudo Urodinâmico: É um exame complexo em que uma pequena sonda é inserida dentro da bexiga e outra no reto para determinar o quanto de urina cabe na bexiga. Além disso, identifica o que provoca o vazamento de urina (incontinência urinária) e se há alguma dificuldade em esvaziar a bexiga. Por isso, este exame é indicado em casos em que se planeja realizar um tratamento cirúrgico. Ou então naqueles casos em que a causa da incontinência urinária (perda de urina) ainda não está clara.

 

Tratamento da incontinência urinária

 

Mudanças de Estilo de Vida

 

– Perda de peso com exercícios, dieta ou cirurgia melhora a incontinência urinária em pacientes obesas. Além disso, previne e melhora doenças crônica como, por exemplo, hipertensão e diabetes;

– Controlar a ingestão de líquidos, bebendo pequenas porções distribuídas ao longo do dia (evitar grandes volumes de uma vez) pode melhorar os sintomas. No entanto, para pacientes que acordam a noite para urinar, recomenda-se não ingerir mais líquidos 3 a 4 horas antes de dormir;

– Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, café e chá preto, pois irritam a bexiga e provocam urgência em alguns pacientes;

– Interromper o tabagismo (parar de fumar);

– Evitar a constipação (intestino preso), consumindo mais alimentos riscos em fibras. Isso porque acaba piorando a incontinência urinária;

– Micções programadas, com idas ao banheiro de 2/2 horas, por exemplo, evita que a bexiga fique muito cheia. Isso aumentaria a chance de perdas urinárias por urgência e por esforço.

 

Fisioterapia pélvica

 

O fortalecimento da musculatura da pelve por meio da prática regular de exercícios (também conhecidos como exercícios de Kegel) fortalece os músculos envolvidos no controle da perda de urina. São eficazes sobretudo nos casos de incontinência urinária de esforço. Entretanto, a fisioterapia apresenta resultados melhores quando feita diretamente sobre supervisão de um fisioterapeuta.

 

Terapia medicamentosa

 

Para casos de incontinência urinária de urgência (bexiga hiperativa) é possível o controle dos sintomas através da utilização de medicamentos que inibem a contração involuntária da musculatura da bexiga. Existem no mercado muitos tipos diferente de fármacos que podem ser utilizados. Por isso é imprescindível uma adequada avaliação médica urológica prévia para se determinar o tratamento mais adequado.

 

Tratamento cirúrgico

 

– Sling Vaginal: É o procedimento em que se passa uma faixa de tela sintética embaixo da uretra por meio de uma pequena incisão na vagina e pela passagem de 2 agulhas pela virilha. Dessa maneira, esta tela irá fortalecer o suporte da uretra durante o aumento da pressão abdominal e, assim, evitar a perda de urina aos esforços. Atualmente é o tratamento mais eficiente para a incontinência urinária de esforço. Isso porque possui poucos efeitos colaterais, as cicatrizes são imperceptíveis e os resultados são muito rápidos. Ainda assim, complicações com a tela podem ocorrer em uma pequena parcela dos pacientes;

– Aplicação de toxina botulínica na Bexiga: Consiste na injeção de toxina botulínica (o mesmo utilizado em procedimentos cosméticos na face) na parede da bexiga. A substância inibe as contrações involuntárias da musculatura da bexiga. Dessa forma previne a incontinência urinária de urgência (bexiga hiperativa). Tem duração de 6 meses, com necessidade de nova aplicação em seguida;

– Neuromodulação Sacral (“Marca-Passo da Bexiga”): O neuromodulador sacral é um dispositivo do tamanho de um marca-passo que é implantado cirurgicamente debaixo da pele da bacia da paciente. É conectado a um nervo (nervo sacral) por meio de fios. Desse modo, este dispositivo envia sinais elétricos aos nervos da bacia, provocando a inibição da contração involuntária da musculatura da bexiga (bexiga hiperativa). Assim, previne as perdas urinárias (incontinência urinária) por urgência.

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